Tentava controlar o choro. Conseguia mais ou menos. Por muito menos já havia chorado mais. Ora tentava manter os olhos abertos, ora tentava fechá-los e abrí-los freneticamente. Nada resolvia.
Tinha decidido não bater mais de frente com ela. A última batalha seria o que, por ela, havia sido classificada como "maldade", "clueldade". O real objetivo era tipo uma 'limpeza de honra'. Já que ninguém, nunca fez. Faria. Não queria mais nada, não pediria mais nada, não brigaria por mais nada. Justiça.
Seria, sem dúvidas, a mais longa e dura de todas. Dolorosa, necessária. Cada vez que pensava, tinha mais certeza de que a batalha era obrigatória. Venceria quem fosse mais resistente. O campo estava pronto, bastava saber se as oponentes também estavam.
Fria, má, rude, cruel. Mudada. Palavras ouvidas e, acima de tudo, sentidas. Quando era interessante a ela, proferia algumas palavras 'doces'. A tentativa era inútil, não estava mais disponível a possibilidade de amolecer a "pedra" (como ela mesma disse). Poderia considerá-la o que desejasse. A classificação dela já não passava mais de uma opinião. A vida a fizera assim?! Nada tinha a vida a ver com isso. Simplesmente crescera.
A argumentação sempre foi inútil. Dessa vez, decidiu suprimí-la. O melhor que poderia fazer era ouvir e pensar em tudo o que ouvia. Foi o que fez. Pouco falou. Pouco chorou.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
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