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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Momentos...e tormentos...

Tentava controlar o choro. Conseguia mais ou menos. Por muito menos já havia chorado mais. Ora tentava manter os olhos abertos, ora tentava fechá-los e abrí-los freneticamente. Nada resolvia.

Tinha decidido não bater mais de frente com ela. A última batalha seria o que, por ela, havia sido classificada como "maldade", "clueldade". O real objetivo era tipo uma 'limpeza de honra'. Já que ninguém, nunca fez. Faria. Não queria mais nada, não pediria mais nada, não brigaria por mais nada. Justiça.

Seria, sem dúvidas, a mais longa e dura de todas. Dolorosa, necessária. Cada vez que pensava, tinha mais certeza de que a batalha era obrigatória. Venceria quem fosse mais resistente. O campo estava pronto, bastava saber se as oponentes também estavam.

Fria, má, rude, cruel. Mudada. Palavras ouvidas e, acima de tudo, sentidas. Quando era interessante a ela, proferia algumas palavras 'doces'. A tentativa era inútil, não estava mais disponível a possibilidade de amolecer a "pedra" (como ela mesma disse). Poderia considerá-la o que desejasse. A classificação dela já não passava mais de uma opinião. A vida a fizera assim?! Nada tinha a vida a ver com isso. Simplesmente crescera.

A argumentação sempre foi inútil. Dessa vez, decidiu suprimí-la. O melhor que poderia fazer era ouvir e pensar em tudo o que ouvia. Foi o que fez. Pouco falou. Pouco chorou.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Se ela diz, sou diferente!

Existem momentos na vida que o mais adequado seria ser um avestruz. Cavar um buraco na terra e afundar a cabeça. Bom, nem sempre essas situações são culpa nossa, ou até são, mas porque levamos a diante uma conversa em que a outra pessoa fala a MELHOR asneira dos últimos tempos.

Foi na aula de Inglês. Sim, gosto das aulas em grupos pequenos, pois podemos discutir opiniões, debater temas e aprimorar nossas idéias. Ficava triste quando pegava uma turma que não gostava muito de participar. Sempre gostei muito de falar, mas não sozinha! Já estive em todos os tipos de turmas, mas faz alguns anos que agora só participo de turmas de adultos. O mais novo sempre tem, na melhor das hipóteses, 2 anos a menos do que eu.

Continuando...estava na aula de inglês, quando a professora propôs que fizéssemos uma "mesa redonda" e discutíssemos a respeito da liberdade. As pessoas podem ser livres ou ela precisam de regras 100% do tempo?! Esta era a questão. A turma foi dividida em duas, metade deveria defender a liberdade (o meu grupo) e a outra parte lutar pela legislação e o controle. Era importante que a opinião pessoal de cada integrante não transparecesse no diálogo.

Começamos! Eu estava fazendo o meu papel, defendendo a liberdade sem qualquer tipo de legislação. Foi então que ouvi: "É que tu é diferente da gente. Imagino que estejas até no colégio". É...complicado. O que dizer em uma hora dessas?! Não disse nada. Apenas imaginei a minha mãe, até pouco tempo atrás me dizendo "O dia em que tu fores grande tu vais entender".

Talvez eu seja diferente mesmo. A diferença começa quando a colega julga alguém (e suas opiniões) pela idade. Ah, só pra constar também. Estou na faculdade. Faço Jornalismo. Prazer, meu nome é Patrícia.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Gosta de sapos ou és vegetariana?!

Palavras doces, passos curtos e delicados e mãos que acompanham com total sintonia o movimento de sua boca. Uma professora.

Tive um ótimo professor no colégio. Apenas um. Todos os outros foram bons, ou até mesmo muito bons e, algumas vezes, ótimos no quesito conteúdo dado em aula. Mas somente um reunia todas as boas características do outros, com exceção do carisma. Nem sempre era carismático, afinal eu estava na 5ª série e ele era professor de português. Muitos colegas pouco queriam saber sobre qualquer coisa, quanto mais português. Às vezes me pergunto o que o fazia o melhor. Não sei. Ele simplesmente era. Lembro dele até hoje. Adorava sapos. Pensei em dar um como presente, mas nunca fui muito dessa coisa de paparicar professores.

Meu segundo ótimo professor conheci há mais ou menos 6 anos no meu antigo curso de inglês. Ao contrário do anterior, este possui TODA a simpatia do mundo. Fala calma, paciência de jó (já diria minha bisa), muito conhecimento e um carisma que é praticamente impossível conhecê-lo e não amá-lo. Volta e meia penso em ir ao seu escritório apenas para conversar. Ele me acalma. Posso ter a maior dificuldade no assunto, seja ele na língua inglesa ou não, mas ele faz parecer simples. Pouca coisa sei a seu respeito. Volta e meia ele parece um pai. Acredito que não goste de sapos, mas sei que é vegetariano.

Hoje, mais uma professora parece entrar nesta lista tão pequena. Da universidade. Entre tantas dúvidas e incertezas, ela apareceu. Como os anteriores, ela parece ter toda a biblioteca mundial na cabeça e mais, parece saber tudo o que aconteceu no mundo nos últimos vários anos. Nem por isso ela deixa de ser carismática. Assim como o anterior ela é doce. Parece uma mãe. Cuidadosa. Percebe-se no olhar que ela ama o que faz. Afinal, veio ao mundo com um propósito e este está claro a quem quiser ver: ensinar.

Não conheço quase nada a seu respeito. Não sei se gosta de sapos, muito menos se é vegetariana. Espero um dia ainda descobrir.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Lovely post!

De repente minhas "viagens" matinais são interrompidas pela sempre linda e doce voz:
- Lovely!!!!!!!
Depois de algum tempo, ela retoma o raciocínio anterior e rapidamente corrige meu colega, agora sim pensando sobre o que o rapaz havia dito......


Como algo pode ser amável/perfeito e errado ao mesmo tempo?!
Essa é a cena que vivencio das 8:30 (horário em que chego na escola todos os dias) até às 16:35 (final das aulas de segunda a quinta). Sem contar os finais de semana em que ouço nativos comentando a respeito de algo "lovely" ou então a 1 hora diária que fico dentro de um ônibus.

Nâ escola, no restaurante, nas ruas, na fila do ônibus, em Londres, nas lojas...Lovely, Lovely, Lovely!
A palavra por si só, quando analisada em separada a qualquer contexto, já é cansativa. Quando repetida 50.000 vezes e ainda multiplicada pelo valor do real com relação à libra é INSUPORTÁVEL.

Paro e me pergunto. Por que as pessoas mentem ou fingem algo que não pensam ou sentem? Não sei porque fazem isso, na realidade nunca descobri. Nas últimas 5 semanas a questão que não sai da minha cabeça é: por que os britânicos dizem que tudo é lindo e amável mesmo quando é uma das coisas mais ridículas do planeta?

As palavras usadas, a forma como falam e a própria voz determinam a falta de veracidade com que a frase será proferida. Aqui, a maioria das palavras deixam a boca do inglês na melhor forma "lovely" possível. Sobra simpatia, falta sinceridade. Agora me pergunto: será que só eu (estrangeira) percebo isso?!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Uma noite criativa

Várias vezes já ouvi aquela idéia de que depois de algo bom, vem sempre uma bomba. Passei 21 anos de minha vida negando isso e pensando que as coisas boas podem ser infinitas. Tolice.

Depois de quase 4 dias em Barcelona, retorno a minha cidade, Brighton. Quando lembro disso, a única coisa que consigo pensar é "graças a deus não estava no Brasil". E, de fato, foi uma das poucas ocasiões em que agradeci não estar em meu país.

Voltando ao início da história. Chego na estação de Brighton às 18:58. Enquanto coloco o pé direito em terra firme, lembro de um pequeno detalhe: meu ônibus deve estar partindo da estação naquele exato momento. Corro, freneticamente, ao mesmo tempo em que rezo. Sim, rezo, pois o único horário em que não existe o ônibus 27 é das 19 às 20 horas. Quase atropelo, ou de fato atropelo e não percebo, diversas pessoas que estão passeando pela estação de trem. Mal elas sonham que eu PRECISAVA pegar o MEU ônibus, caso contrário mais de uma hora de espera me aguardavam.

Atravesso duas ruas no bom estilo brasileiro: sem olhar para qualquer lado e pensando "f#$%-*&, estou perdendo o meu busão". Chego com vida do outro lado da rua, olho o painel eletrônico e cadê o 27 da lista dos 3 próximos a passar?! Obviamente ele já passara. Não acredito, colo os meus olhos na "time table" e observo o relógio. Perdi! Penso que deve haver alguma outra maneira ao mesmo tempo em que lembro do homem me dizendo "A única opção é esta, caso pegue o 27A, não chegará em casa". Existe um 27A que passa em exatamente 13 minutos. É este mesmo!

A estratégia é a seguinte: um táxi do centro até o meu bairro sairia mais de 12 libras. Um ônibus até uma parte do caminho mais um táxi: talvez um pouco mais de 5 libras. Tá valendo!

Entro no ônibus e peço ao motorista pela última rua na qual o caminho deste ônibus coincide com a do meu. Dike Road. Após 10 minutos estou na calçada da tal rua. Ou melhor dizendo, eu e Deus. Para ser mais exata, SOMENTE eu e Ele. A avenida está quase vazia, não fosse pelos carros estacionados.

Após alguns segundos, passa o primeiro carro. A partir daí comecei a perceber a furada em que tinha me metido. Quase 19:30 e eu precisava de um táxi para voltar pra casa. Como se não bastasse a desgraça por ela só, eu ainda tinha uma "mala de mão" que deveria pesar pouco menos de 10 kilos.

Começo a pensar nas possibilidades que me cercam. Atravesso a rua, parece passar mais carros neste sentido. Após 5 minutos de espera, o táxi passa, mas do outro lado! Perdi o primeiro e talvez o último da noite. Volto para a calçada na qual o ônibus me deixou, observo o horário do próximo 27. 20:14. Olho o meu relógio. 19:49. Sento sobre a mala e aguardo.

Tempo ocioso me dá criatividade. Por que não escrevi naquele momento?! Precisava cuidar o táxi. As minhas idéias brilhantes começam a tomar uma direção por mim não desejada. Olho para trás e vejo uma casa no melhor estilo abandonada. Olho para a esquerda. Ninguém. Para a direita. Um homem correndo. Não demora a me deixar na solidão novamente.

19:55. O tempo não passa e a mente começa a ficar mais criativa. O que ou quem empediria alguém de me levar daquele lugar ou de me assaltar?! Só pensava nos presentes que havia comprado em Barcelona e talvez em algumas táticas de briga. Nunca fui boa nisso.

20:02. Desisto de esperar um táxi, agora falta pouco mais de 10 minutos para o meu ônibus passar. Avisto alguém se aproximando pela esquerda. Parece ser alguém não muito amigo, carregando um cabo de vassoura. O que algém faria com um cabo de vassoura em uma noite de terça-feira no meio da rua?! Depende. No Brasil?! Muitas coisas. Este seria o melhor momento pra começar a correr caso estivesse no meu país. Como estou na Inglaterra. Resolvo dar um voto de confiança ao indivíduo. Ele se aproxima. Deixa cair o cabo. Neste momento eu quase tremo, penso que pode ser uma estratégia para desviar a minha atenção e depois correr e me acertar com o objeto. Agarra-o novamente e vira a esquina. Ufa! Não foi dessa vez!

São 20:10 e começo a pensar que quanto mais olho no relógio, menos o tempo passa. Ainda aguardo o ônibus. Rezo para que ele não atrase. Começo a caminhar em volta da minha mala, com a intenção de me aquecer.

20:17 chega o 27. Os minutos de atraso não chegam a me incomodar, visto que havia passado os mais estranhos e criativos 45 minutos de minha vida.



P.S: Nesta noite eu pude perceber algumas das diferenças entre os países. As pessoas aqui não são muito amigáveis como os brasileiros. Mas em compensação, andar pelas ruas sozinha e com uma mala é bem mais tranquilo. Não sei até que ponto trocaria as pessoas pela segurança.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Pessoas que vieram ao mundo a passeio...

Eu já conhecia pessoas que a cegonha tinha dado uma oportunidade de "viajar" (se me perdoem o uso não-literal da palavra), mas nunca imaginei que haveria alguém, no mundo inteiro, que pudesse superar TODAS as minhas expectativas! Fico feliz que isso tenha acontecido, pena que a vivência me custou 1 hora de sono...

Noite passada todos estavam em uma festa, na qual eu também deveria estar, mas por diversos motivos, que não listarei, estava dormindo. Despois de algumas horas de sono, ouço um barulho estranho. Certamente é algum tipo de sonho, penso. Viro para o lado e tento voltar a dormir. O som segue. Penso que não pode ser o meu celular, afinal poucas pessoas possuem o número e praticamente nunca recebo ligações. Abro os olhos, observo a luz piscando e finalmente atendo. Depois de alguns segundo percebo que a pessoa do outro lado está com problemas. O menino pede-me ajuda para localizar a minha casa, pois está com a coreana que mora comigo há um mês e ambos estão perdidos.

Depois de quase 1 hora tentando trazer duas pessoas para o local certo (por telefone), consigo voltar a minha atividade anterior.

A grande pergunta é: como uma pessoa mora há 1 mês em um lugar e ainda assim não sabe como voltar para casa?!
Esta questão ainda é um mistério para mim. A grande certeza que tenho é que esta pinta só pode estar passeando por aí, sem compromisso algum.


P.S: Explicarei para os que não entendem esta coisa de "estar a passeio no mundo":
Se você procurar em um dicionário achará uma foto desta coreana e ao lado a definição: pessoas que não sabem o que é horário, compromisso ou qualquer atividade que envolva algum tipo de preocupação. Pensam que todos os que não são como eles são estressados. São pessoas geralmente mais felizes do que todas as outras, pois afinal, quem não gostaria de viver de férias?!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Vazio...somente vazio!

Tentando escrever...mas não conseguindo...fica aqui registrado que não esqueci o blog!
Eu lembro dele todos os dias, simplesmente não consigo escrever!
Se algum colega ou amigo ou qualquer coisa tiver alguma sugestão, estou aberta à novas idéias!

Obrigado pela compreensão!E mais ainda, obrigada por continuar tentando ler alguma coisa minha! Qualquer dia sai alguma coisa!

sábado, 5 de janeiro de 2008

Descobrindo. (o quê?! quase tudo!)

Ao som de Los Hermanos, pego o guardanapo no qual limpei minhas lágrimas e começo a escrever, com a intenção de distrair meus pensamentos...

No início, parecia que o livro Porto Alegre vista do céu fora feito a partir das mesmas imagens vistas por meus olhos. A cidade ao longe, os carros, as ruas, os prédios, tudo estava mostrado de uma forma que minha mente não tinha recordações, não fora pelo livro citado acima.
Quisera eu conhecer toda a anatomia da cidade de Porto Alegre, mas infelizmente a minha geografia não era nem de perto capaz disso.
As pessoas aos poucos ficaram distantes e minúsculas. O aeroporto, apesar de sua extensão, não passava de mais um prédio horizontal. O Guaíba tornou-se muito pequeno.
Passados um tempo, já conseguia visualizar as montanhas repletas de verde, sua beleza era estonteante. O relógio passava devagar, ainda assim, mais depressa que os 20 minutos iniciais que me separavam dos meus.
Eu já fazia parte das nuvens e elas de mim.
Já conseguia perceber o mar límpido de Santa Catarina. Todas aquelas ondas, agora, pareciam não ter movimento algum. O jet sky foi o único corajoso capaz de quebrar o "silêncio" do mar, colocando ruídos ao que antes era limpo.

Essas foram as primeiras impressões de uma viagem que terminaria apenas 44 horas depois...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Neste momento, Renan Calheiros ri da cara do brasileiro e pensa: "Palhaço"!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Encontro agendado

Quando me dou conta, estou a caminho do primeiro encontro. Difícil descrever as sensações. São muitas. Curiosidade, apreensão, medo, dúvidas e a certeza de que o caminho a percorrer a partir deste encontro será, por vezes, tortuoso.

Cheguei ao prédio. O porteiro é excepcionalmente gentil e delicado. Transmite um pouco de tranqüilidade. Espero alguns minutos. Chega a minha vez. Entro no elevador, como um animal que é levado ao abate. Aquele aperto no peito. Ao abrir a porta, aguardo um rosto sério, mas sou surpreendida por um semblante amigável. Ela quase deixa escapar um sorriso, mas como não nos conhecemos ainda, o contém.

A sala é ampla e sem iluminação excessiva. O ambiente me parece perfeito. Sento-me em um sofá confortável, ela senta no outro.

...os livros na estante me distraem por um certo tempo...

Começo a falar, embora a vontade seja de apenas observar todas as coisas e ela. Esta, olha-me como quem busca o máximo de informações relevantes sobre a minha personalidade, durante aquele período de tempo. Mal sabe ela, que faço o mesmo. Aquela roupa, aquele espaço, a forma como senta, fala e ouve descrevem muito a respeito do que virá pela frente.

A minha fala não é tímida, delicada ou envergonhada, muito pelo contrário, utilizo as palavras de forma como se desejasse resolver TODAS as questões em apenas um encontro. E de fato, quero.

Ela, pouco fala, apenas ouve com atenção. Isto me causa certo estranhamento. Complicado falar com alguém que só escuta. De fato, acho que falava para alguém.

A maioria das pessoas ficam ansiosas ao encontrar com alguém. Saber seus gostos, cuidar para não falar nada inadequado e dar uma boa impressão. Eu fiquei ansiosa ao encontrar comigo mesma.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Falta de habilidade é pouco

Sou daquelas pessoas que não possui a MÍNIMA habilidade com esporte. Seja ele aquático, terrestre ou de qualquer espécie. Nas aulas de Educação Física eu bem que tentava e até imaginava a professora susurrando para si mesma "pobrezinha, não leva jeito meeesmo". Durante todo o meu primeiro grau, meus colegas foram orbigadas a aguentar uma porta como "equipe". São Luis, Bom Conselho e Santa Família. Pena dos colegas.

Quase que simultaneamente ao início do segundo grau, iniciei as aulas de tênis. Aí sim, demonstrei minha real habilidade: técnicas domésticas! Pelo menos consegui liberação das aulas de Ed. Física. Pratiquei o esporte durante quase 5 anos. Diversos professores, turmas, horários. E eu, até hoje, não sei qual é o mistério do saque (para o totalmente leigos: saque é quando jogamos a bolinha para cima e acertamos com a raquete para o outro lado da quadra, de preferência por cima da rede!). Se disser que o tênis não me acrescentou coisa alguma, estarei mentindo. A questão é: o que EU acrescentei para o tênis?!

Desisti do esporte, por tempo indeterminado. Horários inflexíveis e aulas ao sábado na faculdade me afastaram do tal esporte complicado. Pretendo um dia volta a jogar, quando estiver com mais tempo, mais dinheiro e com a vida quase ganha (talvez este dia não chegue, mas a esperança continua).

A musculação me apareceu como uma faca de dois gumes. Por um lado, não suportava ficar levantando pesos. Por outro, o tempo era flexível, demasiadamente flexível. Iniciei as aulas. Não levantava muito mais do que uma pena. A emoção de ficar batendo em uma bolinha e descontar toda ira diária na coitada havia desaparecido. Deu lugar a um complicado início. Flexão de joelhos: um ótimo exercício, para quem possui qualquer habilidade em flexionar os joelhos para trás, sem curvar, quase que completamente, a coluna.

Hoje me vejo feliz com a academia. Reformulando a frase. Meus colegas de horário são ótimos e me divirto à beça!Mas ainda não desisti de aprender o mecanismo do saque, será que com a idade ele torna-se mais fácil?!Pagarei para ver.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Olhar de peixe morto...olhar de amante...olhar de amigo...olhar 43...olhar de desprezo...olhar de esperança...olhar de ternura...olhar de cansaço...Olhares, são tantos e de tantas formas distintas que às vezes até nos confundem.
Estamos sempre olhando, como que em busca de algo. Desde a barriga da mãe nossos olhos abrem-se, olham a sua volta e tornam a fechar. E o movimento se repete constante e quase infinitamente.
Durante a existência humana ele é a parte que mais se alegra ou entristece. Ele diz tudo, ainda que nem todos compreendam. Ele sabe tudo, ainda que muitos duvidem. Ele sente tudo.
Antes mesmo de nossa mente pensar a respeito de qualquer assunto. Antes mesmo de nossas mãos tocarem. Antes mesmo de nosso coração sentir. Antes mesmo de ouvirmos algo. Antes de qualquer sentido, nosso olhar pensou, sentiu, ouviu e viu.
É inútil tentar descrevê-lo, é necessário usá-lo.
Simplesmente olhar